O plural dos substantivos compostos detém regras extensas e complexas, causando confusão para muita gente, inclusive, para letrados e intelectualizados. No caso de vale-tudo, notemos que o primeiro elemento, vale, é um verbo flexionado do infinitivo valer, portanto não podendo, segundo as normas da língua, ser acrescido da desinência de número plural -s; o segundo, tudo, por se tratar de uma palavra invariável, também não pode ser pluralizado, não existe tudos. Quem define o plural, nesses casos, é o determinate, elemento que o antecede, geralmente artigos e pronomes: os vale-tudo, meus vale-tudo, aqueles vale-tudo, e por aí vai. Na dúvida, é sempre bom consultar uma boa gramática.
Oficina da Língua Portuguesa
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segunda-feira, 25 de março de 2013
sábado, 19 de maio de 2012
Qualquer vocábulo pode ser um adjetivo?
Não, explicar isso é um pouco delicado. Lembra-se que adjetivo é a palavra que caracteriza um substantivo, seja expressando-lhe um estado ou uma qualidade. Na expressão "moça cansada", por exemplo, a palavra "cansada" indica o estado em que "moça"(substantivo) se encontra. Assim se conclui que "cansada" é adjetivo. Entretanto, qualquer palavra pode assumir função de adjetivo, desde que acompanhe um substantivo. Na expressão "nosso amor", o pronome "nosso" acompanha o substantivo "amor", podendo ser, por isso, um vocábulo com valor de adjetivo. Delicado mesmo!
terça-feira, 6 de setembro de 2011
Juntar ou Ajuntar?
Juntar significa unir, amontoar coisas, ajuntar apenas quando se pega um único objeto ou coisa que está no chão. Exemplos: juntar o papel e a caneta; juntar a colher, o garfo e a faca; ajuntar a caneta, ajuntar o garfo.
quinta-feira, 24 de março de 2011
Em que contexto a palavra "que" pode ser um pronome relativo?
A palavra "que" pode ter diversas classificações tanto morfológicas quanto sintáticas. Será um substantivo, por exemplo, quando receber acento circunflexo, antecedido por um determinante (artigo, numeral ou pronome): um quê, meu quê, nossos quês. Respondendo a pergunta do título, o nome "que" será sempre pronome relativo quando se puder substituí-lo por outros pronomes relativos, tais como o qual, a qual, os quais e as quais. Na frase O vaso que quebrou era meu a palavra "que" é pronome relativo, pois pode perfeitamente ser substituído por o qual: O vaso o qual quebrou era meu.
sábado, 12 de março de 2011
Existe crase na expressão "De segunda a sexta"?
Vários donos de estabelecimentos comerciais expõem em suas fachadas o tempo de atendimento semanal De segunda à sexta, com o sinal indicativo de crase sobre o vocábulo a. Muitas vezes o fazem simplesmente por achar que existe naquele elemento o fenômeno crase, talvez, também por achar que assim fica mais estético. No entanto, não pode ocorrer crase na frase. Isso porque o primeiro elemento, a preposição De, não sofre fusão com nenhuma outra vogal. Nota-se que tal preposição está diante do numeral feminino segunda. Sendo assim, a outra preposição, a, estando diante de sexta, também numeral, fica inviabilizado de ser receber o acento grave. Se não há fusão na primeira preposição, também não há na segunda. O enunciado estaria correto de duas formas, De segunda a sexta ou Da segunda à sexta. Observa-se que a segunda frase correta é introduzida pelo elemento Da, fusão da preposição De com a vogal a, por isso acontecendo a crase em seguida. É preciso que comerciantes saibam disso, senão vão continuar a grafar o enunciado de maneira incorreta.
quinta-feira, 10 de março de 2011
Aonde ou Onde?
Emprega-se o aonde com os verbos que expressam idéia de movimento, deslocamento. Para isso é necessário que os verbos venham a reger a preposição a: Ele voltou aonde nasceu; Vou chegar aonde quis. Vale lembrar que existem verbos que indicam deslocamento, mas que não regem a preposição a: O menino nadava onde meu filho se afogou. Já o vocábulo onde é empregado nos demais casos: Onde você estava?; João mora onde eu já morei.
O que são verbos regulares?
Verbos regulares são aqueles cujos radicais não sofrem alteração em sua estrutura formal básica, flexionando-se de acordo com o modelo de conjugação a que pertencem. Conhece-se o radical de um verbo isolando as terminações -ar, -er ou -ir da forma infinitiva: o radical do verbo cantar, por exemplo, é cant-; vender, é vend-; partir, part-. Para saber se um verbo é regular ou não, basta conjugá-lo no presente do indicativo e no pretérito perfeito do indicativo ( passado simples). Se ele for regular nesses dois tempos, será regular nos demais. Assim, os verbos cantar e vender são regulares, pois, ao serem conjugados nos tempos citados anteriormente, o radical dos mesmos não é modificado:
Presente do Indicativo Pretérito Perfeito
canto vendo cantei vendi
cantas vendes cantaste vendeste
canta vende cantou vendeu
cantamos vendemos cantamos vendemos
cantais vendeis cantastes vendestes
cantam vendem cantaram venderam
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